sábado, 10 de novembro de 2012

Istambul - Lua-de-mel - parte 5

No dia 05/10, nosso terceiro em Istambul, conhecemos a cisterna da basílica pela manhã, fizemos o cruzeiro pelo Bósforo à tarde e, à noite, fomos ver os famosos dervixes rodopiantes (whirling dervishes) no Hodjapasha Culture Center. Trata-se de uma manifestação cultural de cunho religioso, em que os adeptos, chamados de dervixes (nome dado aos iniciados no Caminho Sufi) rodopiam ao som de músicas tradicionais. Os dervixes rodopiantes fazem parte da ordem Mevlevi do Sufismo, uma corrente do Islamismo surgida há cerca de 800 anos. 

Segundo consta, os sufis Mevlevi acreditam que através de rodopios infinitos é possível atingir o êxtase do amor universal. Li inúmeros depoimentos emocionados na internet: "uma experiência mágica"; "transcendental"; "observando os dervixes é possível meditar e entrar em contato consigo mesmo"...

Ao que tudo indica, eu consegui apenas entrar em contato com a minha ignorância e falta de cultura. Quase morri de tédio. Tudo começa com os avisos quanto à proibição de fotografar ou filmar, já que se trata de uma cerimônia religiosa (o que não impede que o negócio aconteça num teatro lotado de turistas pagando um precinho extorsivo). Também é proibido aplaudir. Pra mim não precisava nem pedir, mas o povo idiota aplaude assim mesmo, ignorando a mocinha que de vez em quando surgia segurando uma placa dizendo "NO APPLAUSE".

Depois, seguem-se longos 15 ou 20 minutos em que um senhor entoa um tipo de cântico que basicamente se resume à repetição ad infinitum das vogais "a" e "i". "AaaaaaaaaaaaaaaaaAAAaaAAAaaaAaaa... IiiiiIIiiiiiiIIIiiiIIIiii". Não sei exatamente em que momento o restante do pessoal de uma espécie de banda começa a tocar seus instrumentos. Só não peguei no sono porque estava super mal acomodada numa banqueta estreita, dura e alta (se despencasse dali ia me encontrar com Deus mais rápido que os dervixes).

Finalmente, os dervixes começam a rodopiar... Giram sem parar, com os braços erguidos e os olhos fechados, sem sair do eixo, vomitar ou desmaiar - o que é realmente admirável. Os mais experientes parecem nem ter pés, mas sim uma base giratória presa ao chão, de tão perfeito que é o movimento. Perecem aquelas bailarinas de caixinhas de música. Mas é só isso. Um grupo de homens usando saias brancas e chapéus estranhos, rodopiando por quase uma hora no mesmo lugar, ao som de vogais.

Perdoem-me os que consideram uma experiência extraordinária, mas a minha vontade era de gritar: "gente, o imperador está nu!", se é que vocês me entendem. Mr. Guerra, então, só faltou pedir o dinheiro de volta. Na saída, uma enquete num computador pergunta se os visitantes gostaram ou não do espetáculo. Mr. Guerra não hesitou em clicar no "não".

Basicamente é isso que você vê no vídeo abaixo, só que dura 1 hora irrecuperável da sua vida:


Beijos!

2 comentários:

Leticia disse...

hahahah. Essas furadas de viagens também são super engraçadas! Pelo menos depois, quando o sofrimento já passou! Imagino a cara de vcs! hahahahhaha

Anônimo disse...

Não vai fazer um post sobre o casamento? Aquele outro ficou pequeno demais! A dança dos noivos deu certo? =)